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Armando Reis: a vida difícil de um moleiro

Oliveira de Azeméis
Armando Reis

 

Armando Reis nunca pensou ser moleiro. As circunstâncias da vida levaram-no, no entanto, a abraçar essa atividade durante cinco décadas.

Até à idade de prestar o serviço militar Armando Reis trabalhou para o seu pai. “Ele é que era o moleiro mas isto era uma vida pobre”, recorda numa longa conversa dentro do seu antigo moinho de água, situado junto à ponte da Salgueirinha, na freguesia de UL.

Foi ali, ao som dos moinhos de rodízio que trabalhou toda a vida. Antes de se lançar como moleiro, Armando Reis começou a trabalhar na candonga do arroz, em 1955. “Ia buscar uns sacos de arroz a Salreu e a Sarrazola, já perto de Aveiro, comecei a descascar o arroz e a ganhar uns tostões e fui por aí adiante”, lembra. Na altura da candonga foi apanhado em dois locais na mesma noite, uma no lugar de Soutelo, Albergaria-a-Velha, e outra perto de Aveiro.

“Perdi 20 sacos de arroz”, diz, recordando que escondia os sacos de arroz fora de casa para que não fosse apanhado pelo fiscal que andava por aquelas bandas. “Aquilo era pior do que a PIDE”.

Para adquirir o arroz, Armando Reis deslocava-se a casa de lavradores mas chegava a ir à Figueira da Foz e, mais tarde, a Coruche e a Benavente.

“Se eu não ganhei mais com esta atividade de moagem de cereais foi porque tinha receio de me lançar em grande”, refere Armando Reis que, há duas décadas, chegou a ter a ajuda de um neto quando este desistiu de estudar.

O jovem moleiro acabou por pegar no negócio e, alguns anos mais tarde, construiu uma fábrica nova levando, em 2012, ao encerramento do moinho. Foi nessa altura que Armando Reis, que chegou a ajudar o seu neto, deixou definitivamente a vida de moleiro.

Hoje continua a sentir saudades daquela vida, do barulho dos moinhos, dos clientes. Perdeu o convívio com as pessoas que o procuravam no moinho, passou a sentir-se só e nostálgico.

“Antigamente era rara a hora em que não houvesse um carro a carregar isto ou aquilo”, diz o antigo moleiro, frisando, porém, que nem sempre o lucro era o melhor. Por essa razão a profissão chegava a ser ingrata. “Se eu não trabalhasse 12, 13 ou 14 horas por dia não ganharia para comer”.

O seu dia-a-dia não era fácil. Tinha, por exemplo, de carregar sacos de 80 quilos às costas ou levantar-se de madrugada porque os cereais colocados na moega (peça de madeira onde são colocados os grãos para moagem) não davam até de manhã e era necessário repor mais quantidade. A profissão exigia muito esforço físico, nomeadamente na manutenção dos engenhos, na picagem ou no manuseamento das mós que podiam atingir mais de 100 quilos.

Sobre o futuro do moinho, um engenho com mais de 200 anos e onde passou praticamente a sua vida, Armando Reis não se mostra muito otimista. “Eu que passei aqui a minha vida é pena ver isto desaparecer”, diz, reforçando que “a moagem industrial veio dar cabo disto”.

Na região chegou a existir muitas dezenas de moinhos de água entre Estarreja e Couto de Cucujães. “Só neste rio havia uns 40 a 50 moinhos”.

Ao longo da vida de moleiro Armando Reis viveu momentos altos “em que valia a pena trabalhar nisto, ganhava-se mais ou menos, mas também houve alturas muito más, havia muita concorrência”. O aparecimento das grandes indústrias veio acabar com esta atividade ancestral.

Como memória deste importante património industrial localiza-se, nas margens do rio Ul, o núcleo principal do Parque Temático Molinológico, o qual integra um museu relacionado com a história da atividade de moagem de cereais e descasque de arroz em moinhos de água, assim como zonas de lazer (parque de merendas e trilhos pedestres).

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