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Revista VITA #2

Oliveira de Azeméis

Consulte aqui a versão digital da Revista VITA #2^


Entrevista central deste número 

Escultor Paulo Neves
“A arte é um reencontro comigo próprio, é uma necessidade”




Quando chegamos ao atelier do escultor Paulo Neves entramos numa outra dimensão que nos faz sentir a sua arte como nossa. Há, simultaneamente, um silêncio e uma força transcendente nas palavras quando o artista oliveirense fala sobre as suas criações, sobre Deus ou sobre a vida. Além da escultura sobra pouco tempo para desfrutar da vida. Não é por acaso que gostaria de viver mais 100 anos.

Valeu a pena estes 35 anos a criar arte?

Tudo isto começou há muito tempo. Precisamente quando esta[1]mos a ficar velhos, é que eu acho que as coisas estão a começar. Gostaria de viver mais 100 anos. Não tenho razões de queixa da minha vida. A arte é um reencontro comigo próprio, é uma necessidade.

Cucujães é o local perfeito para trabalhar?

Sim, é o sítio de eleição para trabalhar. Aqui posso fazer barulho, pó, receber pessoas e os alunos das escolas que visitam o atelier. Para fazer o que eu faço o local tem de ser este. Não troco esta freguesia por outro sítio nenhum do mundo mas, se trocasse, seria por Nova Iorque.

Por alguma razão especial?

Lá temos tudo o que queremos, saímos à rua e as coisas acontecem. Em Nova Iorque não poderia fazer o que faço aqui, teria de executar outro tipo de escultura. Se não tivesse sido a vontade de ser artista eu não viveria aqui.

Além do espaço que outras vantagens traz este espaço?

Quanto mais eu estiver desligado do mundo, mais genuína é a minha linguagem artística, sofro menos influência. Tenho o meu estilo, quando uma pessoa olha para uma peça minha sabe que é uma peça do Paulo Neves. Uma desvantagem é que me sinto “fora do mundo”.

Mas o Paulo Neves é uma pessoa muito conhecida…

Conheço “montes” de gente mas sou uma pessoa solitária. Sou um felizardo porque conheço muitas pessoas mas, às vezes, procuro conviver e não tenho com quem o faça, mas sinto-me bem assim. Aproveito esses momentos para trabalhar, para pensar.

A escultura ocupa-lhe o tempo todo?

Tenho pouco tempo para viver e para fazer outras coisas além da arte. Para sermos artistas temos que nos dedicar a 100 por cento àquilo que fazemos. Eu viajo muito, mas não é em férias, e aproveito sempre para conhecer os locais onde vou.

Quais são os elementos que identificam a sua arte?

Tanto uso caras, como espirais. Os rostos têm a ver um bocado com o início da minha vida artística. Não há uma explicação lógica para isso. Muitas vezes eu não sei porque é que faço isto ou aquilo, sei apenas que faço e depois as coisas acontecem.

Ultimamente tem executado trabalhos para igrejas…

Acredito em Deus e em anjos. Ultima - mente tenho feito muitas coisas para igrejas, são temas que me agradam.

A arte impõe regras ao artista ou é ao contrário?

Desde sempre fiz aquilo que achei que tinha de fazer. Quando me fazem uma encomenda dão-me um tema e um espaço e eu trabalho sobre esse tema e sobre esse espaço. Hoje em dia só faço aquilo que sinto vontade de fazer.

Houve grandes artistas que o influenciaram?

Sim. Houve alguns escultores que me influenciaram embora eu não tenha muito a ver com eles. O Cutileiro foi um artista que eu descobri muito cedo, tinha eu talvez uns 16 anos. Achava piada como ele executava o seu trabalho. Outro artista que me influenciou mui - to desde o início foi o Van Gogh.

Há muitas encomendas para satisfazer?

Tenho encomendas até ao final de 2020 e não posso aceitar mais trabalhos. Neste momento estou a expor muito lá fora em países como a Suíça, Alemanha e Holanda. Estou a apostar nestes dois últimos países. São merca - dos novos. Em Portugal já me conhecem. Tenho tido muita sorte mas esta vem do trabalho. Se não trabalhamos as coisas não acontecem.

As criações partem de onde?


Vou para o atelier e começo a mexer em coisas, em madeira, em pedra, a desenhar. E é aí que as coisas começam a acontecer porque não existe propriamente aquele momento de dizer que vou ter uma ideia do que vou fazer. Quanto mais se trabalha mais facilmente se chega às coisas. O meu trabalho tem de falar por ele. É isto que eu mais gosto de fazer, o que me deixa pouco tempo para outras coisas. Este trabalho exige total dedicação.

A escultura é a melhor das artes?

A escultura tem três dimensões, ao contrário da pintura. Na escultura podemos tocar, sentir se é pedra, se é fria, se é madeira, se é quente ou áspera. A pintura só podemos olhar enquanto podemos abraçar a escultura. Gosto muito de trabalhar madeira porque é um material rápido, leve e quente, é um material fantástico e vivo como nós. Quando alguma coisa sai mal podemo-nos aquecer com ela na fogueira. Mas também gosto muito da pedra porque é quase um mate - rial eterno, mais eterno que a madeira, que resiste à chuva, ao frio e à neve.

Como é que os seus pais viram o seu percurso artístico?

Os meus pais nunca quiseram que eu fosse artista mas se calhar isso foi importante porque foi uma razão para eu lutar por isso. A minha mãe foi muito importante neste processo porque aceitava-me. Era uma pessoa fantástica.

Como é ser um artista muito conhecido em Portugal e no estrangeiro?

Nunca pensei ser tão conhecido. Como é que eu um dia vou viver da escultura? Achava isso um sonho, era quase impossível. É fabuloso hoje sentir que tenho tanta gente à espera de coisas minhas. Tenho de estar muito agradecido. Sinto - -me feliz, não pelo dinheiro que ganho.

A escultura que faz compensa financeiramente?

Sim, dá dinheiro, não tenho problemas a esse respeito mas no início isso foi um problema. Às vezes queria comprar um trigo (pão) e não tinha dinheiro.

SER DONO DE UM RESTAURANTE

“Se hoje não fosse escultor seria cozinheiro e abriria um restaurante. Adoro cozinhar, adoro comer. Uma das coisas que mais gosto no final do dia é fazer compras e ir para casa cozinhar e convidar amigos ou então cozinhar só para mim. É um prazer enorme comer. Quando vamos a um bom restaurante sentimos prazer. Acho fantástico proporcionar felicidade com os sabores. Um dia gostava de ter um restaurante. Ainda não o fiz porque o tempo não o permite.

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