No seguimento das inúmeras reações – que compreendemos – relativas à situação da pessoa em situação de Sem-Abrigo que tem pernoitado junto aos CTT, na zona pedonal da cidade, a Câmara Municipal partilha com a comunidade alguns esclarecimentos:
1) a pessoa em causa recebe, há vários anos, apoio e acompanhamento por parte da Câmara Municipal e/ou de instituições do concelho;
2) neste longo percurso de acompanhamento, vários foram os momentos em que a pessoa em questão se recusou a aceitar ajuda quer técnica, quer em termos de apoio alimentar, teto ou disponibilização de local adequado para realizar a sua higiene pessoal;
3) a pessoa em causa padece ainda de 2 problemas de saúde (que pela reserva da sua vida privada não divulgamos) que, quando não está devidamente medicada, têm como consequência o odor fortíssimo a urina que, infelizmente, todos podemos testemunhar quando nos abeiramos do local onde ela se encontra;
4) apesar de naturalmente não o admitir, a senhora em questão tem dependência de álcool;
5) porque dificilmente se entende tal modo de vida como normal, a senhora já foi, com o envolvimento da Saúde Pública, sujeita a exames de avaliação de incapacidade que a deram como mentalmente capaz, motivo pelo qual não se afigura possível recorrer a um internamento compulsivo;
6) as técnicas do município e da Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis têm tido uma dedicação absolutamente irrepreensível nesta situação, mesmo quando, não raras vezes, sujeitas a agressões verbais e injúrias por parte da pessoa em questão.
Neste momento, e não obstante a Santa Casa da Misericórdia continuar disponível para prestar auxílio à senhora – mediante, naturalmente, o cumprimento de regras mínimas – assim ela o aceite, continuamos a procurar uma solução para a sua vida. Essa solução passa, neste momento, pela disponibilização de uma vaga em Estrutura Residencial, fora do concelho (condição imposta pela cidadã), o que depende integralmente do Instituto de Segurança Social que, como sabemos, também enfrenta grandes dificuldades em dar resposta dado o tão reduzido número de vagas existente.
Quando somos uma verdadeira comunidade, o problema de um é o problema de todos. Esta cidadã tem nome, é a Carla e como representantes maiores desta comunidade garantimos que continuamos a trabalhar na procura de uma solução para a sua vida.