Oliveira de Azeméis e Marinha Grande unidas para potenciarem indústria e aumentarem exportações

Os municípios de Oliveira de Azeméis e da Marinha Grande querem potenciar a indústria e a sua capacidade exportadora através do intercâmbio e do envolvimento de associações industriais e de centros tecnológicos e científicos das duas regiões.

O interesse no reforço da cooperação entre os dois municípios foi manifestado numa visita de autarcas, empresários, responsáveis da Universidade de Aveiro e da Associação Empresarial e Comercial de Oliveira de Azeméis ao concelho da Marinha Grande no âmbito do projeto «Dá-te a Conhecer».

Os dois municípios, que têm acordo de geminação desde 2002, possuem uma trajetória comum ligada ao desenvolvimento das indústrias do vidro, moldes e plásticos tendo ambos os autarcas assumido, nesta visita, o compromisso de reforçar a colaboração institucional, em particular na vertente económica.

«Esta aproximação é fundamental na medida em que ambos os municípios têm objetivos comuns que é crescerem em produtividade, aumentarem o volume das exportações, inovarem e possuírem mão-de-obra especializada», afirmou o presidente da autarquia de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro.

«Os dois municípios estão unidos pelo setor dos moldes pelo que a partilha, o contacto e o conhecimento são fundamentais para o crescimento desta importante indústria», defende o autarca, lembrando a importância da «inovação permanente» para o futuro do cluster de moldes do setor automóvel localizado em Oliveira de Azeméis.

Os maiores centros de produção nacional de moldes estão concentrados nestes concelhos embora a indústria oliveirense seja caraterizada ainda pela fileira alimentar, pelo ramo da metalomecânica e pelo cluster do calçado, fazendo de Oliveira de Azeméis o quinto município exportador da região norte do país.

«O espírito empreendedor dos empresários oliveirenses é a chave do sucesso económico mas esta posição privilegiada não significa que os industriais não se debatam com problemas como, por exemplo, a falta de quadros intermédios», refere Hermínio Loureiro, defendendo uma maior aproximação dos centros de saber às empresas.

Estas preocupações estiveram em debate no espaço OPEN – Oportunidades Específicas de Negócio, um dos locais visitados onde foi defendida a necessidade de Portugal apostar mais na formação profissionalizante, aumentando a sua atual taxa de 35%, pouco mais de metade da taxa verificada na Alemanha.

Segundo Álvaro Pereira, presidente da autarquia da Marinha Grande, «o intercâmbio e o conhecimento entre os dois municípios só nos irá enriquecer e tornar-nos mais fortes a nível empresarial, com polos industriais mais competitivos e com maior capacidade exportadora».

«Queremos aprofundar as relações entre as duas autarquias criando dinâmicas e parcerias que promovam o desenvolvimento das duas regiões e ponham em contacto as populações dos dois municípios», afirma o autarca, referindo-se ao projeto «Dá-te a conhecer», uma iniciativa destinada a promover a «atração e notoriedade» do concelho ao nível da sua competitividade.

«Poderemos potenciar a relação entre as duas regiões colocando associações industriais e comerciais e as autarquias a cooperar em diversas áreas que promovam um maior desenvolvimento económico, cultural, educacional e turístico», explica Álvaro Pereira, a cumprir o segundo mandato à frente da autarquia da Marinha Grande.

A deslocação da comitiva de Oliveira de Azeméis à Marinha Grande incluiu contactos com a incubadora de empresas OPEN – Oportunidades Específicas de Negócio, o Centro de Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto/IP Leiria, uma empresa vidreira, o Museu do Vidro e o Núcleo de Arte Contemporânea.