A oliveira, árvore com 460 anos, situada em frente à câmara de Oliveira de Azeméis, foi a primeira unidade, no país, a ser certificada mediante o novo método de datação de árvores desenvolvido por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
O método é inovador e permite datar árvores até aos três mil anos sem pôr em risco a sanidade das espécies. O estudo da nova técnica começou a ser desenvolvido em 2007 e envolveu a participação de uma equipa de cientistas do departamento de ciências florestais da UTAD, coordenada por José Luís Lousada.
A cerimónia de certificação decorreu junto à oliveira instalada no Largo da República, no centro da cidade, com a presença do coordenador do estudo, do presidenta da autarquia e de André Soares dos Reis, proprietário da empresa «Oliveiras Milenares» que, em 2007, propôs à UTAD o desenvolvimento do projecto.
A oliveira foi oferecida á autarquia pelo empresário natural de Oliveira de Azeméis, podendo ser apreciada na convergência das ruas Bento Carqueja e António Alegria.
«Trata-se de uma metodologia que não implica o abate de árvores», explicou José Lousada ainda que o desenvolvimento do estudo tivesse envolvido o abate de muitas espécies, que esteve na base da investigação.
O estudo desenvolvido pela UTAD permite datar as árvores através de um «modelo matemático que relaciona a idade com as características dendrométricas do tronco (raio, diâmetro ou perímetro)», referiu o coordenador do estudo.
«Desta forma e possível proceder à sua datação por um processo extremamente rápido, não destrutivo e exequível, mesmo em árvores ocas», adiantou.
A proposta feita pela empresa «Oliveira Milenares» em 2007 resultou numa parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e, posteriormente, no registo conjunto da patente do método desenvolvido.