A paixão pelo vidro
José Maria Costa
José Maria de Sousa e Costa tem 85 anos e trabalhou cerca de 55 anos como vidreiro, começando esta profissão aos 15 anos.
A sua paixão por esta arte foi transmitida pelo seu pai que já exercia este ofício: “quando eu era pequeno o meu pai era encarregado dos vidreiros aqui em Bustelo”, conta. Logo, desde o seu primeiro ano de idade, ia com o seu pai para a fábrica e acabou por crescer naquele ambiente, “apreciava os vidreiros, eu gostava daquilo”, confessa José Costa.
Antes de ser vidreiro, trabalhava como sapateiro mas admite que o sentimento não era o mesmo pois “não me sentia bem, gostava do vidro”, refere.
Então, aos 15 anos escreveu uma carta ao dono da antiga Fábrica de Vidros de Bustelo e passadas 2 semanas já estava empregado. Entrou como aprendiz, passou por todo o processo de manufatura do vidro e confessando que gostou de todas as fases.
A fábrica funcionava com três turnos rotativos, que mudavam semanalmente e produziam todo o tipo de peças, desde redomas, a copos, garrafas, taças, jarras, etc. Chegavam a fabricar, diariamente, 3 900 peças em vidro.
José Costa acredita que a sua profissão é uma verdadeira arte “o vidreiro foi considerado o melhor artesão do mundo”, informa. Apesar de ter passado algumas dificuldades durante a sua vida, isso só o motivou ainda mais: “quando entrava na fábrica, a minha preocupação era fazer mais e melhor, nunca fazer menos que os outros”, revela.
Este vidreiro chegou a fazer parte do Sindicato Nacional do Vidro durante cerca de quatro anos e acabou a sua vida profissional na Fábrica da Boémia, em Oliveira de Azeméis.