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Revista VITA #1

Oliveira de Azeméis

Consulte aqui a versão digital da Revista VITA #1


Entrevista central deste número

António Rodrigues, líder do grupo Simoldes
O empresário que partilha o sucesso e faz a sociedade mais feliz


Há muitas frases para definir um empresário de sucesso? Sim mas há poucas com um sentido tão profundo e humanista como a de António Rodrigues, líder do grupo Simoldes. “Um empresário bem-sucedido é aquele que pode andar de cara levantada, que partilha o seu sucesso com os empregados e se preocupa com a sociedade que o rodeia”. António Rodrigues é este empresário de sucesso. É singular a forma como o reconhecido empresário de Oliveira de Azeméis fala da sua empresa, líder mundial do setor dos moldes. Encara a empresa como se fosse uma família, conhece o nome de muitos dos seus colaboradores, cumprimenta-os diariamente e está pronto a ajudar a sociedade e os que mais precisam. A sua dimensão humanista e o olhar emotivo com que fala deixa transparecer um homem invulgar, humilde, afável e amigo.

Ter sido empresário foi uma contingência da vida?

Foi. Nasci em 1942 em Ul, numa freguesia de Oliveira de Azeméis. Até aos 14 anos trabalhei no campo porque existiam na época poucas indústrias. Estive quase a ser serralheiro de automóveis mas por coincidência abriu a empresa Moldoplástico onde eu me tornei no primeiro funcionário. O meu avô foi sócio da empresa mas acabou por ser dispensado. Algum tempo depois, tinha eu 18 anos, o meu avô perguntou-me se eu não queria fazer qualquer coisa pela vida e então, em 1959, nasceu a Simoldes, da qual fui funcionário. Os sócios naquela altura eram o meu avô, com 50%, e mais duas pessoas da Moldoplástico com 25% cada uma. Começámos no rés-do-chão de uma casa no centro da cidade e no início da década de 60 mudámos para um outro local, em Cidacos, aí já como uma pequena empresa. Com a morte do meu avô assumi 25%, por doação. A partir daí passámos a ser três sócios, eu, o meu tio e o Santos Godinho mas, por diversas razões e com o decorrer dos anos, acabei por ficar como único sócio. E aqui estou ainda hoje. Em 1974 mudámos para as atuais instalações.

Olhando para trás é mais fácil ser-se empresário hoje?

Hoje é mais difícil. A velocidade dos acontecimentos é outra, a concorrência é global e em muitos casos deixou de existir o relacionamento entre os donos das empresas. Estas são hoje multinacionais e não se preocupam com as pessoas mas com os resultados. Cada vez é mais difícil manter-se uma relação pessoal e ter o prazer de apertar a mão ao cliente.

É a dimensão e a inovação que diferencia o grupo Simoldes das outras empresas?

Não somos muito diferentes das outras empresas. Podemos ser maiores mas no fundo todos os empresários preocupam-se hoje com a inovação, com a qualidade, com resultados económicos e em ter sucesso. Só assim poderemos continuar no mercado. Eu digo aos meus colaboradores que encontrem formas de manter o cliente satisfeito e descubram as soluções inovadoras para resolverem os seus problemas.

Como é liderar um setor de atividade no mundo?


Não me preocupo se sou ou não líder mundial neste setor. Preocupo-me que os clientes fiquem satisfeitos com o nosso trabalho, que queiram regressar para novos projetos e que as nossas equipas façam tudo para sermos rentáveis e competitivos para assegurar o nosso futuro.

Os empresários oliveirenses recomendam-se e estão preparados para enfrentar os avanços e os recuos da economia mundial?

Sim, recomendam-se. Temos excelentes exemplos de empresários que levam o nome de Oliveira de Azeméis por esse país fora e pelo mundo desde o setor dos laticínios ao calçado, arroz, colchões, moldes e outros. Os avanços e recuos da economia não são só de agora, talvez hoje sejam mais curtos e mais dramáticos mas temos de estar preparados e acho que os oliveirenses estão ao nível da média portuguesa e europeia. Relativamente aos moldes trata-se de uma indústria que tem sabido estar na vanguarda do setor e temos uma associação – a CEFAMOL - que tem sido bastante dinâmica no panorama internacional fazendo uma divulgação muito interessante das nossas capacidades.

Então são um bom exemplo para o país e para a economia portuguesa…

Sim. Há níveis de desemprego no país mas felizmente nos últimos anos em Oliveira de Azeméis tem havido uma redução nesse aspeto. Isso deve-se, em parte, ao empenho que os empresários oliveirenses têm feito na criação de postos de trabalho.

Que projetos de expansão tem o grupo Simoldes?

Temos vários projetos. Neste momento encontram-se dois em execução, a construção de uma fábrica em Marrocos, que deverá ficar pronta em março de 2019, e do Centro de Ensaios que espero fique concluído no primeiro trimestre do próximo ano. Há um outro projeto na forja que é a construção de uma fábrica na Polónia onde o grupo já detém uma outra unidade. Temos ainda em vista a construção de um Centro Tecnológico em Oliveira de Azeméis ligado à investigação e desenvolvimento.

Como caracteriza o setor dos moldes portugueses?

Os moldes portugueses conseguiram alcançar importância no programa global da indústria a nível mundial. Estamos numa fase em que é primordial continuarmos a ser vistos como tal. Apesar de nos confrontarmos com o problema de encontrar mão-de-obra qualificada e comparando com outros países, vamos tendo alguma vantagem. O futuro passará por aumentarmos a nossa eficácia para concorrer com os países que, como Portugal, dominam o setor.

Que importância têm para si os colaboradores da sua organização?

Não me canso de afirmar que os meus colaboradores são a minha melhor ferramenta. Podemos comprar máquinas de última geração mas de nada adianta se depois não tivermos as pessoas certas para tirar o melhor partido delas. As pessoas são o mais importante. Tentamos reconhecer o trabalho dos colaboradores tanto a nível salarial como ao nível das condições de trabalho e assistência na saúde. Todos os anos renovamos o seguro de saúde para que todos os nossos colaboradores possam ter disponíveis as melhores condições que há no mercado.

A Simoldes é uma família?

Sempre gostei de estar muito próximo dos meus colaboradores. Conheço muitos pelo seu nome e, sempre que me é oportuno, gosto de saber como vai a família deles. É um grande orgulho para mim ver nos nossos quadros os filhos e os netos de antigos empregados da Simoldes. O meu desejo é que esta empresa possa continuar a ser uma grande família das famílias oliveirenses. Logicamente que isso hoje não é possível pois somos cerca de seis mil pessoas mas sempre foi uma das minhas alegrias.

Que peso tem a componente de Investigação e Desenvolvimento na empresa?

A componente de I&D no Grupo Simoldes tem um peso de 3%, correspondendo a cerca de 12,7 milhões de euros. Temos diversos projetos em curso, dos quais destaco cinco no âmbito do Programa Operacional Portugal 2020 (Chromium Like, S-Console, Sim T-RTM, FACS e Tex Boost) e dois inseridos no programa-quadro de investigação e inovação da União Europeia Horizon 2020 (ScalABLE 4.0 e Jospel). Temos ainda projetos financiados pelo Grupo (Proteus, biomateriais, Decoject, PhototuminescentProject e Antimicrobiens).

Há histórias marcantes e difíceis na sua vida de empresário?

A partir da década de 90 decidi criar todas as empresas praticamente ao mesmo tempo – a MDA e a IMA – e nessa altura toda a gente questionou esse investimento tão grande. Felizmente não me arrependi de ter feito o que fiz. É preciso arriscar mas ter minimamente os pés assentes na terra.

Como começa e acaba o seu dia?

Levanto-me às 06h45. Quando não tenho de viajar faço o meu dia-a-dia passando pelas fábricas, terminando cerca das 20h00. Faço questão de chegar à empresa antes das oito da manhã. O dia em que eu não consigo chegar a essa hora fico com o dia estragado.

Que importância tem o desporto na sua vida?

Pratiquei desporto desde jovem. Fui jogador júnior de futebol da União Desportiva Oliveirense. Quando tenho tempo disponível pratico ténis aos sábados e domingos. É uma paixão que tenho e confesso que custa-me muito passar um fim-de-semana sem jogar. Por várias vezes já aconteceu chegar de viagem ao aeroporto às oito horas da manhã e ir a casa tomar banho e sair logo para praticar ténis. Durante a semana, porque não tenho tempo para o fazer, o meu “desporto” é baixar ao terreno, dar a volta às fábricas, conversar com os meus trabalhadores.

Com a sua vida tão atribulada tem tempo para a família e para fazer o que gosta?

Resta-me pouco tempo livre. A vida pessoal é sempre prejudicada.

O que lhe diz particularmente a União Desportiva Oliveirense?

Já vesti a camisola da União Desportiva Oliveirense e este clube é um grande orgulho para mim. Sempre gostei de assistir a jogos. Sempre considerei que o desporto podia ser uma grande ajuda para a formação da nossa juventude. É bom criar-se um espírito de equipa e na UDO é feito um trabalho interessante ao nível da formação e ocupação dos tempos livres dos nossos jovens. Todos nós deveríamos colaborar para que o nosso clube possa progredir nas várias modalidades em prol da nossa terra. Nessa matéria patrocinamos a União Desportiva Oliveirense nas modalidades do basquetebol, futebol e hóquei em patins.

Todos temos qualidades e defeitos…

Não vou julgar-me, deixo essa apreciação para as outras pessoas.

Quais foram os momentos mais felizes da sua vida?

O meu casamento e o nascimento do meu filho e dos meus netos.

Quais as melhores recordações que guarda da sua infância?


Nasci e trabalhei no campo. Infelizmente convivi pouco com o meu pai porque vivi com os meus avós. Naquela altura os tempos eram muito difíceis pois sempre trabalhei, era a vida do campo. Éramos felizes, não nos faltava nada em casa. Tínhamos animais e terrenos, vendia- -se um eucalipto ou um pinheiro e era o dinheiro que existia em casa e vivia-se disso. De vez em quando íamos a uma festa e à praia mas a vida foi sempre de trabalho no campo até aos 14 anos. A partir desta idade comecei a trabalhar, trabalhávamos de segunda-feira a sábado. Tive uma infância feliz dentro do possível.

Possui uma dimensão humanista reconhecida por todos. O que é que o motiva a ajudar a sociedade, as instituições e os que mais precisam?

Responderia com esta máxima: amar ao próximo como a nós mesmos. A vida sorriu- -me felizmente. Sempre gostei de ver todas as pessoas felizes. Dentro daquilo que puder fazer e ajudar os outros, a sociedade e as instituições continuarei a fazê-lo. Eu sinto-me bem quando os outros também estão bem e sinto-me mal quando vejo os outros mal. Sempre gostei de ajudar e nunca olhei a quem. Sem receber nada em troca.

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